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Governo federal investe R$54 milhões em vigilância digital de críticos e opositores o3c5e

Monitoramento em redes sociais inclui políticos, influenciadores e jornalistas independentes. 2p3vf

Redação Pedra Azul News

12/06/2025 - 00:00:00 | Atualizada em 12/06/2025 - 12:35:49

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O governo federal direcionou R$ 54 milhões a contratos com empresas especializadas em monitoramento digital, com foco na análise de publicações críticas à gestão feitas por parlamentares da oposição, jornalistas e influenciadores nas redes sociais. As informações eram reunidas em relatórios que identificavam figuras públicas e conteúdos considerados negativos à imagem do governo em plataformas como X (antigo Twitter), Instagram, YouTube e TikTok.

Conhecido como Rede Minerva, o programa é conduzido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e financiado com recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), ligado ao Ministério da Justiça (R$ 42 milhões), além de R$ 12,1 milhões do Ministério da Saúde.


Os relatórios, de caráter sigiloso, já destacaram postagens dos deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além de influenciadores com grande alcance. Publicações de aliados do governo também foram eventualmente analisadas. Um dos principais produtos da Rede é o Boletim Baobá, que consolida essas informações, mas não é divulgado ao público.

Documentos obtidos por meio da Lei de o à Informação revelam que os dados alimentam sistemas de inteligência artificial capazes de identificar padrões, termos-chave e usuários influentes no debate político. Com isso, são elaborados relatórios de alerta voltados à proteção da reputação institucional.

Preocupado com possíveis abusos, o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou nesta segunda-feira (9) um requerimento ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), exigindo o integral aos documentos gerados, além de esclarecimentos sobre critérios de seleção dos bolsistas, mecanismos de fiscalização, gastos executados e eventuais viéses ideológicos nas análises.

Embora o governo alegue que o objetivo do programa é aprimorar a comunicação institucional, juristas alertam para possíveis violações à liberdade de expressão. 

Parlamentares da oposição já acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo investigação sobre o uso dos recursos. As informações foram publicadas originalmente pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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